quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ecumenismo – apelo de Deus e da vida

Ecumenismo – apelo de Deus e da vida

            Os cristãos de mais idade, que receberam a primeira educação para a fé numa outra época, certamente lembram que ecumenismo não fazia parte da conversa das Igrejas. Muitos lembrarão até que cresceram num clima que é o exato oposto da atitude ecumênica, ouvindo sempre críticas, condenações, histórias que mostravam as outras Igrejas sempre como equivocadas, falsas. Ainda hoje se encontra por aí, nas livrarias religiosas, materiais que parecem um pouco “manuais de guerra”, que ensinam a apresentar provas de que esta ou aquela Igreja é a única que está no caminho certo.
            Nos novos tempos, o Espírito do Senhor vem encaminhando as Igrejas devagar, mas em processo contínuo, na direção da aproximação e do diálogo. Algumas estão mais adiantadas nesse caminho, outras ainda não se deram conta da urgência desse apelo que apesar disso está por toda a parte.
            São muitos os instrumentos que a graça de Deus utiliza para que o mundo nos veja unidos, numa grande família. A unidade dessa família não vem de serem todos iguais. Aliás, família é necessariamente um espaço de convívio na diversidade: são homens e mulheres, crianças e idosos, profissões, tarefas, horários, pontos de vista diversificados. Não teria graça nenhuma uma família de clones.  A diferença, porém, numa boa família, não serve para desunir, serve para que os talentos se complementem e tornem o conjunto familiar mais rico de possibilidades. Por serem diferentes, existe maior aprendizado mútuo e uma variedade maior de conquistas se torna possível.    
            A história dolorosa da separação das Igrejas dilacerou a família cristã. Deus, porém, não desistiu de nos ver reconciliados. Um grande instrumento da providência são as próprias necessidades da vida. As dores humanas, por exemplo, são bastante universais: não escolhem denominação, não dependem da doutrina que cada um aceita. A dignidade humana também está além de qualquer rótulo e exige defesa, bem antes de nos perguntarmos a que grupo pertence a pessoa em questão.  Essa é uma das mensagens centrais da parábola do bom samaritano. O homem caído na estrada não é identificado: não se diz se é judeu, pagão, religioso, bom, mau... Ele tem a única característica que conta para se transformar em apelo de Deus a quem passa: é um necessitado.  Mas o curioso não é bem isso. Jesus sutilmente insere na parábola um dado perturbador: as pessoas que passam, ao contrário do homem caído, são identificadas pela sua posição religiosa. São  um sacerdote e um levita, considerados fiéis em relação às tradições judaicas; vem também um samaritano, que já era um  caso diferente. Desde o exílio os samaritanos, longe das lideranças religiosas deportadas para a Babilônia e em contato com povos pagãos, tinham perdido certa fidelidade aos costumes tradicionais da fé. E é esse samaritano que faz a coisa certa, que é apontado como modelo. Jesus, fiel judeu praticante, não está desvalorizando a sua própria tradição. Está querendo por em brios os religiosos de seu tempo. É como se ele estivesse perguntando: Vocês não têm vergonha de ser menos sensíveis do que aqueles que nem vêm ao templo? 
Se a gente quisesse dar um  verdadeiro final feliz para essa parábola, talvez o mais bonito seria o sacerdote e o levita encontrarem o samaritano e os três juntos socorrerem o próximo ferido... Tudo indica que Deus está estimulando algo semelhante no meio dos seguidores de Jesus. As organizações e trabalhos ecumênicos que já existem produzem algo que alegra o coração: cristãos de variados nomes unidos para socorrer o nosso mundo machucado. Que tal conhecer melhor esse  caminho?

            Estas são algumas organizações ecumênicas de nível nacional:
CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil)
CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços)
CESEP (Centro Ecumênico de Serviço e Educação Popular)
 CEBI (Centro de Estudos Bíblicos)
KOINONIA
CLAI BRASIL (Conselho Latino Americano de Igrejas – Setor Brasil)
            Você conhece outras? Há trabalhos ecumênicos aí onde você mora?

 Therezinha Motta Lima da Cruz
 
fonte da notícia: Therezinha

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