quinta-feira, 13 de maio de 2010

Centro Universitário UDF, em Brasília, promove debate sobre Estado laico

13/05/2010 -
 
Na última quarta-feira, 12 de maio, o Centro Universitário UDF promoveu debate acerca da separação entre igreja (religião) e estado, cujo tema era: Estado Laico. O seminário teve como público alunos da faculdade, sobretudo os do curso de direito. Perseguição religiosa, direitos das minorias, promoção da diversidade e direitos humanos foram alguns dos temas abordados.
 
Entre os debatedores estavam o secretário geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Rev. Luiz Alberto Barbosa; o subsecretário nacional da Secretaria de Direitos Humanos, Dr. Perly Cipriano; o secretário executivo do Centro de Referência de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para a Diversidade Religiosa (CRDHDR), Elianildo da Silva Nascimento e o assessor para assuntos institucionais do Conselho Nacional de Umbanda do Brasil (CONUB), Silvio Ramos.
 
Para Luiz Alberto, a plena separação entre igreja e estado é uma utopia. “A religião é parte da formação cultural de um povo. Mesmo que o Estado retire alguns feriados santos, no caso do Brasil, ainda assim as pessoas continuarão comemorando aquela data. É preciso que o Estado não interfira nessas questões, exceto quando o fizer no sentido de promover o diálogo, a tolerância”, disse. Ele também citou o exemplo da Inglaterra, onde há uma religião oficial (anglicanismo) que acaba por interferir em diferentes níveis na vida dos cidadãos, inclusive na esfera política.
 
Elianildo Nascimento ressaltou que a Constituição federal assegura o direito à liberdade de culto, mas que, ainda assim, ainda há perseguições a determinados grupos. O umbandista Silvio Ramos lembrou que, ao longo da construção da nação brasileira, os cultos afros e ameríndios vêm sofrendo longo processo de demonização. “Ainda hoje, em pleno século XXI, é muito difícil professar uma fé que não seja reconhecidamente cristã”, disse.
 
Encerrando o momento de debates, Perly Cipriano disse que esse é um tema parecido com a nossa sombra “onde quer que caminhemos, ele nos acompanha”, brincou. Ele também citou como exemplo o cargo de capelão (das Forças Armadas), onde só se vê padres ou pastores. “É preciso ampliar o debate, envolver a sociedade, pois ainda há um número incontável de pessoas que reclamam do soar dos tambores (numa alusão às religiões de matriz africana), enquanto poucos reclamam dos sinos”, concluiu.
 
fonte da notícia: CONIC - Geanderson Reisinserido por: Noticias CONIC

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