As mudanças, principalmente em nível tecnológico e de conhecimento, acontecem num ritmo muito intenso em todas as sociedades que se classificam como economia de mercado. Desde o advento da Revolução Industrial tem-se acelerado a produção de produtos e mercadorias em circulação com vistas á atender as necessidades das sociedades mais diversas. Os serviços também se modificaram e se sofisticaram para satisfazer os desejos de pessoas e grupos ansiosos por novidades. Esta aceleração, motivada pela introdução das máquinas nos processos que antes eram realizados de forma manual, intensificou-se com o surgimento do computador, o que possibilitou a digitalização de dados e o aumento da troca de informações entre as pessoas, grupos e sociedades. Essa intensificação de trocas de informações com o advento da internet, somada ao declínio do positivismo, onde as referências de uma sociedade mais justa, igualitária e em constante progresso pautadas na ciência e no antropocentrismo sucumbem, abriram caminho para a chegada do pós-modernismo.
Com o pós-modernismo e sua voracidade por mudanças cotidianas, fica difícil a quem quer seja, acompanhar tamanha velocidade. Sempre estamos atrasados, seja culturalmente, tecnologicamente, socialmente, intelectualmente. Isso trouxe algo novo aos estudiosos das mais variadas áreas científicas, a noção de que não se sabe nada ou sabe-se muito pouco sobre muitos assuntos. Por outro lado, quando há comparação da sociedade atual com sociedades passadas, verifica-se que houve avanços significativos em muitas áreas científicas e tecnológicas, isso porque existe o aspecto acumulativo em termos de conhecimentos, ou seja, existe um aproveitamento pela sociedade atual dos conhecimentos adquiridos anteriormente, como pesquisas, estudos, ensaios e descobertas.
Aqui estamos diante de um paradoxo ao analisarmos o pós-modernismo em relação às sociedades anteriores. Se por um lado ele trouxe avanços significativos como na área de saúde, por exemplo, possibilitando as pessoas viverem mais, por outro lado, aumentou também de forma significativa o poder de letalidade das nações. Os avanços científicos que permitem uma maior capacidade de preservação da espécie humana são acompanhados de perto por avanços científicos com capacidade destruição total da mesma.
Os avanços não param, e diariamente aparece algo novo que substitui àquele que existia até então. As sociedades vivem um frenesi em busca de atualização constante. Nunca se buscou qualificar tanto na área de educação como na sociedade pós-moderna, pois é fato que ela abre as portas da informação, do conhecimento e da atualização tão desejada pelas pessoas que compõe as sociedades capitalistas. Mas o pós-modernismo, com sua velocidade 2.0, não importa-se e nem perdoa àqueles que estão em seu caminho. Muitas pessoas e sociedades ficam pelo caminho, não conseguem acompanhar as mudanças constantes impostas pelo pós-modernismo em todas as áreas que compreendem a vida humana. Se antes bastava saber ler e escrever, o que era privilégio de poucos, hoje, para acompanhar as mudanças, exige-se pós-doutorado com fluência em duas línguas estrangeiras. Diante disso, e como não é possível deter a velocidade em que ocorre o pós-modernismo, cabe aos governos e organizações não governamentais tentar inserir novamente à sociedade àqueles que ficaram pelo caminho. Tentar recolocá-los no mercado de trabalho através da educação não-formal, e propiciar atividades de cultura e lazer à qual encontram-se a margem.
*José Fábio Cruz é graduado em Comunicação Social.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6945547341273626
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